Reia Sílvia, a Princesa e o Nascimento de Rômulo e Remo

Postado por Isaque


Postado em 26/12/2024


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Para impedir uma revolta futura de Numitor ou de seus descendentes, Amúlio assassina os filhos de seu irmão e força Reia Sílvia, a filha de Numitor, a se tornar uma vestal, uma sacerdotisa da deusa Vesta, uma divindade associada ao laços familiares e simbolizada pelo fogo da lareira, e que sua devoção pelas vestais exigia o celibato.

O celibato foi quebrado e Reia deu à luz aos gêmeos Rômulo e Remo. Aqui encontramos um dos pontos de discussões centrais para a sociedade romana: quem seria o pai dos gêmeos? A obra que trago nesse post é intitulada “Marte e Reia Sílvia”, onde Peter Paul Rubens representa a resolução mais mitológica para esse dilema, que é o envolvimento do deus Marte na concepção dos gêmeos.

Independente da paternidade, Reia Sílvia quebrou um voto sagrado, mesmo que imposto a ela e sem seu consentimento. Tais quebras, como descrito por Thomas Martin, eram consideradas na Roma Antiga como ofensas aos deuses e trariam consequências que afetariam toda a sociedade.

Tal como as origens heroicas de Eneias, aqui Rômulo e Remo também são descritos como filhos de um deus. Como Marte protegeria o império e inspirava coragem e vitória nas batalhas, sua presença nos mitos fundacionais de Roma pode ser vista, tal como abordado em outros posts passados, como uma tentativa do povo romano de se estabelecerem como superiores aos seus vizinhos, tendo “sangue” divino em si desde sua fundação.

Fontes

LÍVIO, Tito. História de Roma: desde a fundação da cidade. Belo Horizonte: Crisálida, 2008.

BRANDÃO, José Luís; OLIVEIRA, Francisco de. História de Roma antiga. Coimbra, 2015, vol. I.

MARTIN, Thomas R. Valores romanos, família e religião. In: MARTIN, Thomas R. Roma Antiga: de Rômulo a Justiniano. Porto Alegre: L&PM Editores. 2014,

BEARD, Mary. SPQR: uma história da Roma Antiga. São Paulo: Planeta, 2017.